10 de nov. de 2013

Guarujá pretende transformar Fortaleza da Barra em museu

sábado, 26 de outubro de 2013

Diego Corumba  UNISANTA


Sol, praia e turismo são a marca registrada de Guarujá. Porém, o município que foi explorado pela primeira vez por dois viajantes portugueses em 22 de janeiro de 1502, guarda muitas marcas além dos cartões postais.

Quando os exploradores chegaram à Praia Santa Cruz dos Navegantes, onde existe hoje a Fortaleza da Barra Grande, nunca imaginariam que um dia aquele local abrigaria toda a história de um povo e as lutas que enfrentaram para construir um distrito que, há 79 anos, se transformou em cidade. O local pode se tornar o primeiro Museu Histórico do município, no segundo semestre de 2014.

A diretora de Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico e Cultural de Guarujá, Patrícia Regina Gomes de Lima, conta que as atividades que acontecem hoje na fortaleza são somente o início do que realmente desejam implantar na cidade. 

"Fizemos uma programação nova como a 
Primavera na Fortaleza, que incluiu atividades pedagógicas pra fomentar a visitação e, consequentemente, conservação daquele patrimônio. Em paralelo, temos um projeto novo de iluminação, a troca da estrutura elétrica e hidráulica, para conseguirmos modernizar e atender as demandas atuais para visitação de museu". 

A Primavera na Fortaleza reuniu 1.500 alunos da escola municipal, além de contar com o apoio dos próprios moradores do Bairro Santa Cruz dos Navegantes. "O patrimônio é para todos, tanto para o morador quanto para o turista, é a referência de uma identidade nossa. A comunidade tem que se envolver, identificar aquilo como patrimônio, como um retrato que conta a história dela. Tudo que você se identifica acaba criando um vínculo afetivo e emocional, e acaba zelando por aquilo." 

Além da Fortaleza da Barra Grande, a diretora Patrícia Regina também incluiu outras locações como futuros acervos histórico-culturais do município, como a Fortaleza Vera Cruz (mais conhecido como Forte Itapema), onde planeja criar a Casa de Cultura, o Forte de São Felipe, que terá o mesmo destino que a Fortaleza e se tornará um parque arqueológico e trará memórias de Guarujá no período colonial e uma galeria de arte no Teatro Procópio Ferreira, para manter exposições permanentes da cidade e trazer itinerantes de todo o Brasil. 

Para Patrícia Regina, o planejamento deve exigir tempo e a permanência das atividades já implantadas. Há visitas de escolas agendadas até 2014. "Já mudamos a forma como a população vê a Fortaleza. Ano que vem temos de consolidar, pois não é uma ação imediata: é uma ação em longo prazo que tem de permanecer, todo ano estar fomentando a visitação para esses patrimônios continuarem existindo em nossa cidade".

A diretora é cautelosa no sentido de evitar que os museus se transformem, a longo prazo, em "depósitos na cidade". "Temos muita cautela em estudar o que é possível. Hoje vemos o que é possível, a Fortaleza foi, entendemos como gerir aquele lugar, como é o retorno da comunidade, do turista, já há um plano que garante a preservação do Museu. E cada trabalho que desenvolvemos há possibilidade de conseguir montar outros espaços". 

A secretária de Cultura de Guarujá, Mariângela Duarte, ressaltou a importância da criação do aprendizado histórico do município. "Estamos ensinando uma nova geração de crianças que elas podem ter orgulho da beleza do Guarujá, da história da cidade. A obra, deste modo, se torna permanente".

Além da preservação dos bens tombados, a equipe também está mapeando todos o patrimônio histórico da cidade. A proposta é criar um banco de dados, com fotos e informações sobre monumentos e locais. A intenção, após o mapeamento, é construir um acervo de Pesquisa Histórica, Arqueológica e de Objetos de Cotidiano, para contar mais sobre os antepassados. 

Legislação– Segundo a Diretora de Patrimônio Histórico, muitos dos bens que fariam parte deste acervo hoje se encontram em residências particulares. "Muitas pessoas compravam na época itens que pertenciam à famílias mais miseráveis e, o que podia estar guardado num museu, sendo tratado propriamente, hoje está sendo mantido em casa de populares sem o reconhecimento do valor que tem para a cidade. A Fortaleza da Barra tem 32 canhões, alguns já retornaram, mas outros que estão desaparecidos vamos retomar por intermédio da Justiça como Patrimônio Histórico da cidade". 

Arqueólogos- A Diretoria de Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico e Cultural de Guarujá foi criada apenas em março de 2013. E equipe conta atualmente com a diretora, Patrícia Regina Gomes de Lima e com três estagiários, e apenas um deles cursando História. "Eu preciso de um museólogo, de um arqueólogo, mas isso eu não posso contratar, apenas terceirizar. Não consigo, agora, colocar dentro do organograma da Secretaria", conta Patrícia.
 
 
Matéria pinçada do site da UNISANTA/On Line > http://www.online.unisanta.br/2013/10-26/colabora-2.htm